Neva na Serra e
ninguém disso duvida
mas daqui do sopé
já ninguém a vê
e daqui do sopé
já ninguém
lá vai.
Sumiu uma Serra
na magia branca
apagou-se translúcida
entre os lábios dos céus
e só a fé afirma
que regressará.
A Serra escondeu-se
mas o Serrano sabe
que assim deve deixá-la.
O amor das alturas a devolverá
mantilhada a cristais
e penugens de anjo
o saldo natural do celeste beijo
e virá prenhe de frio
e de regozijo.
Beija-nos a Serra
um tremor nublado.
Ninguém disso duvida
mas ninguém a vê
nem alguém lá vai
que a brancura é pura
mas o nevão é privado.
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