21 de março de 2011
Das coisas bonitas... postais, livros, design
"Each person is a new story, a new book.
Each book is a new idea of literature, a proposal to design a new life.
One could even read life – and live books."
Joana Bértholo
Começa assim o site da Rita Marquito, com uma frase emprestada a sumariar a sua entrega aos livros e ao desenho da linguagem gráfica. Os dois em conjunto têm dado origem a imensos trabalhos de design de livros; e quando em separado têm gerado horas de leituras (que às vezes discutimos nos cafés) ou vários outros trabalhos gráficos em exposições e sinalização de espaços (que... sim, às vezes também discutimos nas mesas dos cafés, ou entre danças nos bailes e passeios ao rio e em que eu aprendo sempre mais do que aquilo que tão pouco sabia).
A literatura, o design... Desenhar uma vida nova é um desafio estupendo! Reinventar isto tudo de olhos abertos. Trazer à baila aquilo que não estava lá e enriquecer-nos de novas e reinterpretadas experiências. Não posso por isso deixar de enquadrar aqui no Dizfarsa, para quem não conhece, o link para o novo site da Rita, onde ela está a agrupar o CV e portfolio de trabalhos e ainda os dois postais que ela criou sobre esse trabalho.
http://ritamarquito-work.tumblr.com/
Visitem depressa, a Rita enquanto cá está (porque ela pensa fugir-nos de Coimbra em breve, provavelmente para Lisboa) e o site, sempre!
15 de março de 2011
Emaranhado de Primavera
Arrebatadora!
Arrebatadora e implacável nasce-me, no fim do inverno, uma ânsia de desejos que percorrem os mil braços por onde não podem escorrer. (Só tenho dois... e atados a notas de 100 euros). É uma ânsia que não se sacode e se espatifa aguda contra a barreira de um só caminho de perna e passo, contados e numerados.
Calma aí!
Dizem que não.
Indiferentes à flecha do tempo, golfadas de ideias emaranhadas não fluem em fios de sentido que se organizem. Nenhuma espera que outra tome a dianteira para a seguir, e em vez disso todas acorrem quando se lembram, aos gritos altos, dispostas a interpor-se umas às outras porque dizem que são urgentes.(O desdém da omnipotência em corpo humano). Cada vontade é urgente! Mas são demasiadas! É tudo urgente e vital na Primavera!
Rebentam-me emoções e vontades a querer despontar da humidade invernal em casca sossegada, mas a torrente paralisa de tão frenética. O excesso aniquila o prazer do novo e os rebentos prematuros são cauterizados pelo frio da alma arrefecida; pelo corpo que ainda quer hibernar mais um bocado; pela condição de quem só processa um segundo de cada vez.
Calma aí! - Disse eu! - Ainda tenho de ajeitar os ramos. Nasçam lá uma de cada vez.
Arrebatadora e implacável nasce-me, no fim do inverno, uma ânsia de desejos que percorrem os mil braços por onde não podem escorrer. (Só tenho dois... e atados a notas de 100 euros). É uma ânsia que não se sacode e se espatifa aguda contra a barreira de um só caminho de perna e passo, contados e numerados.
Calma aí!
Dizem que não.
Indiferentes à flecha do tempo, golfadas de ideias emaranhadas não fluem em fios de sentido que se organizem. Nenhuma espera que outra tome a dianteira para a seguir, e em vez disso todas acorrem quando se lembram, aos gritos altos, dispostas a interpor-se umas às outras porque dizem que são urgentes.(O desdém da omnipotência em corpo humano). Cada vontade é urgente! Mas são demasiadas! É tudo urgente e vital na Primavera!
Rebentam-me emoções e vontades a querer despontar da humidade invernal em casca sossegada, mas a torrente paralisa de tão frenética. O excesso aniquila o prazer do novo e os rebentos prematuros são cauterizados pelo frio da alma arrefecida; pelo corpo que ainda quer hibernar mais um bocado; pela condição de quem só processa um segundo de cada vez.
Calma aí! - Disse eu! - Ainda tenho de ajeitar os ramos. Nasçam lá uma de cada vez.
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