Arqueóloga ou Esteticista
No pino do sol a luz deflecte
no calcário.
O calor sobe em sombra
azul na parede
e envolve os destroços
acima da cota
de dois andares
esventrados de piso.
Restos de tijolo burro
cruzado,
pedras brancas,
Paredes no chão, canos
e pregos.
Argamassas e destroços
da
desconjuntura do belo,
que um dia foi.
Do razoável,
que se foi.
Do obsoleto,
que era.
Da ruína
que é.
Ar denso e branco do
pó da cal com areia,
dos ligantes de terra, amarela e vermelha.
Muco e sangue
patrimoniais na maca,
na cirurgia
brusca da retroescavadora,
do músculo pneumático e da marreta.
A arqueóloga colige dados
não resgata a estética.
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