11 de maio de 2022

Anfiguri no séc. XXI

 

Era não era
foi lançado na guerra
num mar que era negro por baixo da terra,
O urso berrava,
a cegonha gemia
e por cima pairavam as asas da águia,
que as lutas de poder são uma pandemia.
Por lá, nas batalhas, ele intervinha
com as unhas dos pés,
que armas não tinha.
Gritou pela NATO!
Chamaram-lhe pato.
Gritou pela União!
Obteve um pião.
Gritou pela Rússia,
Quiseram autópsia.
Num folheto da ONU conheceu a paz,
mas precisava de armas para ser capaz.
Da UE vinham chinas,
dos States afegãs
e entravam nas TVs a lançar avelãs.
Uma das pevides
bateu-lhe no olho
e na sua mente nasceu um piolho.
Não tinha Quitoso para se lavar
e pra ter liberdade tinha de finar.
Havia apenas outra solução:
limitar os partidos com opinião!
De runas no peito,
feito nacionalista,
pouco lhe importava
se o vissem fascista.
Chegou a carta do direito mundial:
“Rasputin era morto...
e Zelen por nascer.”
O que havia o moço então de fazer?
Com o ramo de Bétula agitou girassóis,
virou-se na cama
e puxou dos lençóis.
Quis contar carneiros e via oligarquias
mascaradas algumas de democracias.
Mas sem matar ninguém...
sentia vergonha
de deixar o urso montar na cegonha.
Atirou-lhes bombas,
acertou num artelho,
e escorreu-lhe o sangue
até ao joelho.

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