Suspiros lembram-me que era de ontem e não de amanhã que se pintavam os castelos ao lusco fusco de alaranjado fulvo ao pôr-do-sol. No inverno possuem-se as cores que despontam no inverno, por muito que seja saudosa a lembrança do final de verão.
É nessa altura que as pessoas desatam a falar de estações do ano e a discutir se faz frio ou se chove debaixo das gabardines... quando na realidade o que importa são as cores... e se adivinha que amanhã o pôr-do-sol visto de frente terá os mesmos tons de cinzento de nuvens que já trazia de hoje. Inventam-se novos suspiros na monotonia cromática.
Luze porém, em meio ao cinza, a luz de Prometeu, na minha casa. E é não o sol mas a labareda que me atiça a esperança das cores de agora, e de todas aquelas que acenderei amanhã.
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