13 de março de 2010

Afirmação

Não é do doce aroma das flores que eu provenho hoje... mas da sua massa fria esmagada em cor primeira. Não é da língua das fadas mas da dos motivos por detrás dos encantamentos, com todas as razões humanas e duras, e não das falinhas mansas com que se apresentam decorativas. Nasço, morro e renasço... enquadro o percurso e reafirmo... e vejo-me tocada pelas dores e pelas cicatrizes, pelos terrores súbitos e repentinos, contidos e controlados, pelos vigores de quem não desiste, belos de expressão viva, pelas notas fortes de vibração eléctrica ensurdecedora de múltiplos pensamentos e contradições. Humanos e fascinantes.

Não, definitivamente eu não venho dos sininhos repicantes, não amo o gliter nos lábios e a brilhantina a luzir sob holofotes. O que posso fazer se me não contento na suavidade das belas imagens e nos tons cremes onde os homens gostam de encontrar repouso... e me aproximo mais da convulsão geradora de tambores em meio ao temporal? Não são as ondas mansas que me identificam e apaziguam, é o seu estrondo no vento e na falésia abrupta. O ímpeto, a força, e mesmo o medo que seduz. Há mistério para lá de... a energia e a procura constante, o ir e vir que não são linhas estáticas e mortas...

2 comentários:

  1. Deixa-te ser, assim...
    o estrondo,
    a imprevista reviravolta,
    o temporal colorido que seduz,
    olha... olha bem...
    dele nasceram bolhas...
    sigo-as, observo e aprecio seu movimento,
    trata-se de um bailado, e que belo...
    levantam-se do mar...
    erguem-se...
    e encontram-me sempre onde estou.

    ResponderEliminar
  2. Oh essas frágeis bolas de sabão... que o não são, se ao longo do tempo e da distância continuam a encontrar-nos e a desenhar sorrisos, como este agora quando vi o teu comentário :)
    Um sorriso daqui aí, onde que que seja esse aí por estes dias. Visito-te no teu Martelo :P

    ResponderEliminar

Destaques

Feriado

O tempo livre da manhã cedo ping a do beirado alaranjado  de telhas de meia cana ping a  porque molha tolos por entre o café quente do feria...