4 de fevereiro de 2022

Esfingimento

 

Nasço às vezes da Quimera
de sentido e união.
Neta de cobra e tufão,
gente absurda mas sincera.
Ao nascer vou colorida,
Pandora de caixa cheia,
mas surgem questões à vida
no real da caminhada
e vejo que estou travada.
É isso que desnorteia.

Nasço às vezes da Quimera,
irmã de quem me restringe,
sou bloqueada p'la Esfinge,
forçada a ficar à espera!
Ela ordena interrogações
E eu finjo, finjo em vão,
que controlo as emoções,
que sei respostas a dar,
ou que elas, se aguardar,
um dia me encontrarão.

Nasço às vezes da Quimera
e não sei o que lhe faça.
Por vezes acho-lhe graça,
outras, já me desespera.
Escritora esfingidora,
que não pode ser poeta,
esfinge tão completamente
as utopias que sente,
 em mitos questiona a dor
para ver se se liberta.
 

04.02.2022

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