27 de outubro de 2022

Até já, amigos!

Encontramo-nos,
às vezes,
quando andamos por aí, nos dias,
velozes como patins.
Entretidos a colher maçãs,
a esmiuçar-nos em causas,
ou ensarilhados nos fios,
elétricos,
das comodidades.
Quando nos vemos
nem sempre nos encontramos
mas se isso acontece
criamos estupendos padrões
com os fios de sangue
que trocamos
e tecemos juntos
em novas mantas de conforto
e em tangas de luar.
Cozemos uns nos outros 
os valados e os abismos.
Erguemos os cumes na concha das mãos.
Batemos as palmas,
como asas,
desabridas de alegria,
a cada estória de sucesso,
a cada riso ou gargalhada.
Há outros que encontro,
também por aí,
que projetam aqui o de si,
que refletem as suas couraças
e apenas se espelham,
à superfície.
Pouco importa, são supérfluos.
Mas vocês não.
Vocês não...
porque juntos formamos um nós
que não precisa de se distinguir
de qualquer eles
para definir sabor a nós.
Porque nós amamos
fazer compota com a polpa das frutas
e alimentamo-nos da nossa energia 
em modo wireless
pelas diversas telas onde pintamos
amoras, abraços, aldeias,
balões, brincadeiras, bilhares,
corridas, canoas, canções,
danças, divagações e debates...
todo um alfabeto de energias
fixado em memórias
na mente
no corpo.
Às vezes, quando ando por aí nos dias,
velozes como patins,
não vos encontro,
mas encontro-as a elas
e faço-lhes companhia
até vos voltar a encontrar.
Até já, amigos!

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