5 de outubro de 2021

A Garota Não, Mundo do avesso

A Garota Não, Mundo do avesso, no YouTube 

A outra canção/texto desta Garota que me tocou imenso. 💓
 

A Garota Não, Canção sem final

 


A Garota Não, Canção sem final, no YouTube 

Um dos textos/músicas que mais senti este ano. Por isso fica aqui 💓💗

24 de maio de 2021

Ideia Peregrina


(Ideia) Peregrina
um dia agarrou-se aos pés e então foi.
(Ideia) Peregrina
por aceiros e veredas até à estrada
deixando provisória a sua morada.
(Ideia) Peregrina
encantada a sós, só pela intuição,
essa abertura ao ser, impulso que mói,
aceno à esperança a pedir direção.

(Ideia) Peregrina
sem saber de chegada a lugar algum.
(Ideia) Peregrina
ocaso das grades, rasgo de vontade
de desatar no espaço a profundidade.
(Ideia) Peregrina
lançada inocente ao caminho de alguém,
largando as fronteiras do lugar comum
atrás de horizontes que ficam além.

(Ideia) Peregrina
esquiço indefinido de uma emoção.
(Ideia) Peregrina
desnudada ao acaso do que encontrar,
grávida do tempo que nos faz medrar.
(Ideia) Peregrina
silêncio exposto a qualquer elemento,
um pé após outro, agarrada ao bordão,
sob o calor, a chuva, a força do vento.

(Ideia) Peregrina
enfrenta as bolhas e o resfolegar.
(Ideia) Peregrina
tacteia num mapa, a sua alegoria,
a explorar por dentro a própria bizarria.
Porque uma ideia (Oh Peregrina!)
pode acertar o passo, se for assumida,
ou virar-nos tortos de pernas ao ar.
Uma ideia cerceia e expande-te a vida.

20 de maio de 2021

Dimensões na distância







O rio move miniaturas do outro lado da margem, do outro lado da planura riscada pelas rotas dos barcos. Entre cá e lá pardais e um cuco são maiores que um camião mas menores que um barco à vela. Um casal de borboletas persegue-se e brinca perto de uma laranja onde o ar se senta. Nenhuma caberia nas janelas dos apartamentos e casas bidimensionais do postal de fundo.

Dimensões.
A àgua separa. Mas o rio une.
O rio estabelece a dimensão sem dar uma escala à distância que existe entre as duas margens. A distância está em muitos pormaiores entre margens.
Há tantas margens.
Há margens salgadas entre a África e a Europa, o próximo oriente e a Europa. Da Europa não se vêem as outras margens do mediterrâneo. O postal da margem africana ou do oriente médio é impresso em papel ou transmitido numa parede.
Fazia falta ver a dimensão da humanidade ondulada na outra margem. Assim, as borboletas, os pardais e os cucos pacíficos parecem mais urgentes. Tornam-se maiores do que o desespero de quem encara as àguas sem o horizonte visível e se atira na esperança invisível...
A distância deturpa a visão.
A distância não é só física.
Há aqui dimensões em falta.

12 de maio de 2021

Adivinha

 

Qual é coisa, qual é ela...
Que corre veloz se eu subo nela?

Quando vou para a escola
Ou se regresso a casa
Trepo-lhe às cavalitas 
E acelero na brasa.

A sua cor não importa
E nem se quer o feitio
com ela eu agarro o vento
Que me envolve macio.

No corropio das ruas 
Sinto-me num trampolim
Pedalo com toda a força
Sentadinha no selim.

Na magia das duas rodas
Os raios giram nos eixos
Hipnotizando as pessoas
E nas calçadas os seixos.

Gosto tanto de andar nela
Que faz de mim uma atleta
A razão desta adivinha
Que é a minha bicicleta.


P.s. Inspirado por uma menina Síria que não conheço mas que em breve vai receber uma bicicleta 😁



27 de março de 2021

Aspirador

      

         Aspira...
            Inspira o ar
            limpo e sem pó.
            Expira a cantar
            desfaz-te do nó.
            Um aspirador.
            Aspira a dor…
            daquilo que varreste
            para sob o tapete
            e do que encontraste,
            que ainda se repete.
            Aspira, 
            aspira a dor…
            Respira o ritmo
            da refundida emoção
            e remodela o ânimo
            da tua vibração.
            Aspira, 
            aspira a dor…
            que aderiu ao agora.
            Recolhe-a do interior
            e no final… 
            deita-a fora.

Trêmoa  27.03.21
 
Resposta de 2021 a um texto antigo de 1996 que revisitei... passaram quase 25 anos 
           
           Vassoura 

Varre…
Varre bem!
Que uma mulher
deve aprender a varrer.
Varre os lixos, as louças,
varre os laços.
Varre a cozinha, os cantos,
varre os cacos.
Varre os sentidos, as saudades,
varre os sonhos.
 
Varre tudo para debaixo do tapete.
Para um dia ao levantares as pontas
recordares a porcaria que juntaste!
                                                                        Trêmoa 21.10.96   

23 de fevereiro de 2021

Half Open is Closed (Trunks of old and dark Spirits IV)


In a garden of wonder 
I walked on a boring day,
All dressed up in the openness 
of wanting to play.
I entered the garden gate 
and near an oak tree,
a wooden door was half open 
to my curiosity.
I was craving adventures, 
so what was I to do?
I took a sneak-peak 
and then I heard you:
“You cannot come in, 
because the entry is stuck.”
- You said from behind 
of your own bad luck.
 
Since you didn’t want me in, 
I was ready to go.
But each time I was going 
you called me, pronto.
You didn’t want to leave either, 
which was bizarre.
Thus I stayed, indecisive, 
not straying too far,
intrigued by the mystery
of what was inside,
of the voice that would speak 
and go into hide.
Suddenly I freed my fantasy, 
'cause it could get in,
flying through the door, 
exploring by imagining.
 
It then circled around, 
saw truth and came out,
telling me that the door 
was only shut by doubt.
There was nothing else more, 
no line of poetry,
just a man blocking the door 
and then calling in.
The reasons he holds dear,
I’m not going to pry,
But I pick up my struff 
and just tell this goodbye.
I feel curiosity rushing, 
there's plenty more to see
along this fully open space 
that is all around me.

22 de fevereiro de 2021

Curiosidade

Curioso...

Li que os blogues estão fora de moda e que já não vale a pena ter um... Subitamente fiquei com mais vontade de manter este e de lhe dar novo ânimo.

Não sei se é gosto arqueológico ou só a mania de ser do contra mas isso também não interessa muito 😜

4 de fevereiro de 2021

Pensamento único


Encarcerados por vontade própria

numa idade democrática, de medo.

Cumpridores por imposição, da culpa.

Reduzidos ao pensamento único,

que sem contraditório é contradição.

 

"Cada um se recolha à cama que lhe deram"

e que a ajeite com paus e pedras

para expulsar o microcosmos com lixívia.

Há mármores, calhaus rolados e areia,

traves de carvalho, ramos e gravetos.

 

Só as emoções poderiam ser pessoais.

Podia ser tempo de reencontrar a pessoa

se não nos entupissem de complexos

como num foi gras de funil mediatizado

enquanto engordamos de totalitarismo.

 

 

04.02.2021

3 de fevereiro de 2021

2 de fevereiro de 2021

Dr. Frankenstein woke my heart (Trunks of old and dark Spirits III)


Deceased was my heart, many moons ago...

But now, again, it pumps blood at me.

Some Frankenstein hit its flesh,

an arrow crossed it from death.

Infatuation, electricity!

 

Deceased was it not, now I feel,

though it was buried and quiet within.

But from the Tomb it came back,

Monster drummer, cardiac,

awakening all of my skin.

 

Alive! - It screams now – Not alone!

Bruised and scarred, it looks scary.

Old emotions pumping pain,

no trained elasticity,

impossible to restrain.

 

The Frankenstein dude disappeared,

            unknowing of his own creation.

But the hearth keeps up its beat.

Science has no explanation.

What do I do with it?

 

Emotions running, fight and flight mode.

In the story the Monster then dies.

But I don’t wanna kill it anew.

It is awaken, it’s here to rise!

Just let me embrace you

...my hearth


26 de janeiro de 2021

Às vezes penso que me devia "casar"...

 

Às vezes penso que me devia "casar"... (políticamente falando, entendamo-nos😉)
A família alargada já a tenho há muito. Descobri-a, ela descobriu-me. Vamo-nos entendendo sobre o que gostariamos que venha a ser o futuro. Mas depois... depois o "tipo" certo, pode ser muito sedutor mas tem sempre qualquer coisa de incomodativo, imperfeito, de desagradável. Às vezes até é mesmo chato, repetitivo e incongruente . Estes "tipos" humanos, têm tendência para ser humanos, é uma chatice que não atinge os ideiais 😜.
Durante as sondagens pelo "tipo" certo fui-me habituando à liberdade de pensar e ver por fora, sem compromissos. É muito libertador não ter compromissos, permite ter uma boa "amplitude" de argumentos e experiências.
Normalmente estou muito confortável com o facto de ir decidindo não me "casar". Escolho os ângulos para onde quero olhar, opino à minha vontade e acho que às vezes algumas pessoas até apreciam que não me tenha "casado" por isso mesmo. Não há cá "maridos" a meter a colher. Como olho para muitos lados também acabo por ter muito para contar e isso tem algum valor.
Mas depois há momentos como este... em que observo a fragilidade de algumas estruturas à minha volta de que gosto, em que incompreendo o mundo e as escolhas que outros fazem, em que gostava de conversar muito e muito mais até desvendar melhores formas de ajudar a conduzir o mundo a um sítio que me pareça melhor.
Estes são momentos vulneráveis, em que o que aprendi da história faz nascer alguns receios, em que o que aprendi da vida me faz nascer outros. Nem se quer vejo só ideologias que se chocam, é isso e são pulsões humanas, fragilidades ou deformações do que gostaria que fosse o futuro...
Nestes momentos olho para as mãos solteiras (sozinhas não, só sem anel) e penso: o que posso fazer mais? Se calhar devia tentar outra coisa diferente? Será que me devia "casar"?
Estes são momentos vulneráveis e a vulnerabilidade esconde-se.
Ou então não. Esconder o quê de quem, se nem se quer estou "casada" 😜? Se há uma vantagem em estar "solteira" é poder dizer qualquer seriedade ou brincadeira com a mesma coragem e cara lavada (ou suja). Além disso... mais escondidos do que já andamos se calhar é melhor não.
No entretanto continuo a pensar, a pensar... e como diz o ditado "quem pensa não casa e quem casa não pensa"...
Há um outro ditado que diz "a pensar morreu um burro" mas é melhor esquecer esse...

21 de janeiro de 2021

Conversa

                                        
Queria conversa...
Mas ninguém ma deu
e tinha uma horinha para conversar.
 
Na segunda-feira fui daqui práli,
aterrei na terça como Prometeu
e meti a quarta só para trabalhar.
Na quinta o rosário foi que nem dormi
e na sexta-feira faltou a paciência.
Só que na segunda encontrei o João
e nem tempo tive para o escutar.
A Teresa ligou-me, após uma ausência,
e não atendi, fiquei com a gravação.
O Luís e a Rosa queriam discutir,
esquivei-me deles, nem liguei à mãe.
Só à noite, um pouco, dei certa atenção
aos emails e redes pra descontrair.
Fraca companhia fui eu para alguém.
 
Mas apesar disso queria conversa!
Queria conversa que ninguém me deu
e tinha uma horinha para conversar...
Olhei para mim e saquei da caneta:
"Ai tu queres conversa? Então dou-ta eu!"

By: Ela própria num dia em que queria conversa

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