9 de agosto de 2024

Insónia

A hora certa de dormir
passou sem que a agarrasse 
e a mente deixou-me à espera 

do regaço da insconsciência
a ir 
e vir 
de cansaço
de corpo alerta 
e sem paciência.
Está calor frio entre os lençóis 
adesivos 
aos tempos contados
e enrodilhados nos dedos  
dos pensamentos suados
e dos gestos atrapalhados.
Levanto, como, deito
conto carneiros e canto
Contorço, deito 
levanto
livro fechado, 
livro aberto,
água fria e depois
chá quente
quase 
Que nervos, de novo desperto! 
Tudo geme nesta teimosia
da vigília a bruxulear
força ausente e em demasia
que não se deixa aquietar.

Foi tolice 
deixar fugir a hora
e dormente fico a pensar
que a IA, sendo um prodígio
libertador do esforço humano,
bem podia inventar um relógio
para agarrar as horas do dia
e sempre que a certa passasse
a apanhasse e reservasse
para quando 
me conviesse.
 
Amanhã 
quando 
acordar 
vou
...

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