A hora certa de dormir
passou sem que a agarrasse
e a mente deixou-me à espera
do regaço da inconsciência
a ir
e vir
de cansaço
de corpo alerta
e sem paciência.
Está calor frio entre os lençóis
adesivos
aos tempos contados
e enrodilhados nos dedos
dos pensamentos suados
e dos gestos atrapalhados.
Levanto, como, deito
conto carneiros e canto
Contorço, deito
levanto
livro fechado,
livro aberto,
água fria e depois
chá quente
quase
Que nervos, de novo desperto!
Tudo geme nesta teimosia
da vigília a bruxulear
força ausente e em demasia
que não se deixa aquietar.
Foi tolice
deixar fugir a hora
e dormente fico a pensar
que a IA, sendo um prodígio
libertador do esforço humano,
bem podia inventar um relógio
para agarrar as horas do dia
e sempre que a certa passasse
a apanhasse e reservasse
para quando
me conviesse.
Amanhã
quando
acordar
vou
...
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