Agarravas-te à barriga
Como quem lhe dói e se concentra cansado
Agarravas-te à barriga,
no canto da sala mais escura, entre as mãos.
Entre todas as mãos agitadas e entre as tuas.
Encolhido, submerso no canto mais escuro
Engolido como quem se ausenta.
Esporadicamente, chegavam perguntas do teu estado.
O anonimato não salva ninguém das preocupações humanas.
E ainda dizem que ninguém se importa.
Que sim - exigiam resposta - que sim que estavas bem.
Que as indisposições são simples e passageiras.
O pranto corrido em vertigem, mascarado de biologia.
Desculpas!
Quando os olhos secam
Resta-nos o pranto rasgado do interior.
Vertias as águas em sangues e sucos pelas paredes.
Reconheci-a quando te vi, a encenação protectora.
Mas estavas nu por trás das mãos,
no pudor invisível do escorrer das dores.
As entranhas não se revolvem apenas em digestões.
Como tu, também procuro o seu espaço redondo e quente para chorar.
(15.04.07, Coimbra)
Se tivesses isto separado por posts, terias tido mais trabalho, mas davas menos trabalho a mim! Assim, parece bués! Doutra forma, era só ir selecionando os que faltassem por ler!
ResponderEliminarChata!
Mas gostei dos dois primeiros!!!
Mas ainda não li mais nenhum ;)
Eheheh, tens toda a razão, claro!
ResponderEliminarE vê lá que eu até pensei nisso mas... não sabia se os posts iam aparecer de trás para a frente ou da frente para trás (ainda ando a experimentar esta coisa chamada blogue)... e eu queria aquela sequência assim.
Além disso... quis juntar tudo para aparecer como coisa do passado e lhe poder dar aquele título sem estar a por I, II, III e parti-lo aos bocados eheheh...
Atenciosamente chata ;) eheheh
Não tens que te justificar! Estava só a tentar ser chato!!!
ResponderEliminarTens que ligar ao que te diga?
Chata!
PS: vou ter de voltar a ler o "barriga" :P