Chove na rua uma água fina e insonora de paz e bênção. A verticalidade espalha-se derramada e sobe depois ao ar, recheada de odores da terra fresca. Cai-se do branco celeste, em traços curtos que agitam a paisagem repousada e quieta... abandonada ali, escoada das gentes e dos seus passos curtos.
Indiferente, a rua chove... e dali me alcança numa aragem fresca e simples de conforto e protecção. Olho-a como chegou, literalmente uma dádiva celeste de um pacato céu de domingo... que assim me oferece o usufruto do presente, sem pedir em troca qualquer demonstração de fé.
01.11.09
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