Mio... hoje mio e mio alto,
porque miar é inerente ao gato
e me revi, matinal, nesse retrato.
Com vastos bigodes desfiados
e a querer oferecer-me aos miados...
Rocei-me na fímbria da velha
e levei com uma pedra dura.
escorreguei por uma telha
e deram-me com a vassoura.
Miaaaauuuu!
E eu hoje que só queria...
uns carinhos no focinho,
o mimo de um bom toucinho,
mas parece que não havia...
E eu bem os dei... sorrisos leves,
soltei-os pelo canavial,
Dei até festas ao cão, mas breves,
não fosse ele... entender mal.
Miaaaauuuu!
Ah, mas mal me parecia...
Isto nem resulta aqui,
nem na outra freguesia...
Pra esquecer a fome de tanto,
sem ninguém que por mim espreite,
só me resto eu no meu canto
de gato aninhado e sem leite...
14.05.09
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