Um fumo brando e branco,
De cigarro em ponta acesa,
envolvido em volutas lentas
Ao som do blues...
O corpo respirado em pausa
De solidão procurada
Por saber bem estar-se por dentro
A sós,
Sem espera
Sem mais procura
Que a de ser-se Ali.
Uma semi luz do fim do dia
De alma cheia do que havia,
A alimentar o momento.
A lassidão despojada,
Espojada no sofá,
Confortada pelos braços, pela vida
Sem expectativa.
O repouso cadenciado,
Inspirado e expirado sem noção.
E não falta nada ao momento
A sensação... o som, o fumo branco, azul do blues,
a serenidade feliz.
(14.11.08, Coimbra)