inspirada por alma de artista,
mas sem saber bem ao que vinha,
a bailarina equilibrista,
em traje da mais fina malha,
qual fio de prumo, a rigor,
pousou-se no fio da navalha,
disposta a lançar-se no amor.
Mirou risonha,
pendente do céu,
a razão dos suspiros...
e estremeceu.
Pois mal ele olhou,
e ela lhe sorriu,
o mundo inteirinho,
apagou-se e fugiu.
Ficou-se a verdade,
simples e desnudada,
de desejo exposto
na face rosada.
E lançou-se ao ar,
na ronda do vento,
de braços abertos,
com um novo alento.
Balança o baloiço,
que se exibe e mostra,
ele que aprecie,
que veja se gosta.
O prumo, o rigor,
a arte flexível
a cadência elegante
do esforço invisível.
Ele anui que sim,
que é bela a dança,
mas de pescoço torto,
tão logo se cansa.
Ora a bailarina,
sem esperar por nada,
depressa tropeça
desengonçada...
E sem rede ou apoio,
a que se agarrar...
tragou-se no gume,
deixando de amar.
As bailarinas dançam sem rede ou apoio, em equilíbrios duvidosos.. mas é condão da sua arte deslocarem-se velozes para longe dos gumes afiados!! ;)
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