8 de março de 2009

Maria

Só mais, 
Mais uma manhã de muitas, 
madrugada. 
Mais uma que é fresca de ar e de sono carregada. 
Com a bata ao peito… 
A touca apertada… 
Assim a Maria, começava o dia, abrindo a esplanada. 

Em vagas, 
Em grupos de alguns, 
ou então, isolados. 
Chegavam dos bares nocturnos vultos esfumados. 
Alguns resistentes… 
Bêbados e parvalhões… 
Eram eles os primeiros, os raios de luz, de olhos cavados. 

As mãos 
Sem muito a medir e os pés 
Sempre alerta. 
Reagem sem tempo a perder e a cabeça desperta. 
Numerar os cafés… 
Controlar as torradas… 
Separar dois tipos, ouvir uns piropos, levá-los à certa. 

Depois, 
da vaga e do entra e sai 
Continua. 
Conversa com uns entre risos e às vezes amua. 
As queixas dos clientes... 
E depois do patrão... 
Esvai-se lhe a paciência, já no fim do dia, quando volta à rua. 

As contas, 
Fechadas por fim já sem 
Energia... 
Que dispersa por tanta outra gente, desaparecia. 
No regresso a casa... 
seguia extenuada... 
Maria vivia, deixava-se inteira, na pastelaria.

(15.04.07) 

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