Mais uma manhã de muitas,
madrugada.
Mais uma que é fresca de ar e de sono carregada.
Com a bata ao peito…
A touca apertada…
Assim a Maria, começava o dia, abrindo a esplanada.
Em vagas,
Em grupos de alguns,
ou então,
isolados.
Chegavam dos bares nocturnos vultos esfumados.
Alguns resistentes…
Bêbados e parvalhões…
Eram eles os primeiros, os raios de luz, de olhos cavados.
As mãos
Sem muito a medir e os pés
Sempre alerta.
Reagem sem tempo a perder e a cabeça desperta.
Numerar os cafés…
Controlar as torradas…
Separar dois tipos, ouvir uns piropos, levá-los à certa.
Depois,
da vaga e do entra e sai
Continua.
Conversa com uns entre risos e às vezes amua.
As queixas dos clientes...
E depois do patrão...
Esvai-se lhe a paciência, já no fim do dia, quando volta à rua.
As contas,
Fechadas por fim já sem
Energia...
Que dispersa por tanta outra gente, desaparecia.
No regresso a casa...
seguia extenuada...
Maria vivia, deixava-se inteira, na pastelaria.
(15.04.07)
Sem comentários:
Enviar um comentário